Relatos de Recepcionista

11:40

Olá seguidores, tanto quanto sabem, ou não, eu sou recepcionista e de momento trabalho num hostel - mas vou partilhar também sobre acontecimentos num Camping. Desde os 16 anos (portanto há 6 anos) que tenho contacto com recepções e gosto cada vez mais daquilo que faço, então decidi criar aqui um espaço onde me dedicarei a contar diversas experiências deste maravilhoso mundo. 

Relato I
"Paulinho"

É detestável o meu diminutivo e a única maneira de me fazer gostar de o ouvir é se vier da boca de alguém com quem eu tenha confiança ou afinidade. Caso não tenha: por favor, párem. 

Lembro-me do meu primeiro dia no Camping - em Porto Covo - estava sentado, acanhado, numa mesa ao canto da recepção, a mexer em carimbos de senhas para a piscina quando alguém entra pela porta e entra na recepção. Um senhor. Olhei-lhe por cima dos meus óculos e sorri, lembro-me do quanto detestava sorrir. 

Cumprimentou a minha colega e depois dirigiu-se a mim com a questão "Quem é esta menina?" (okay sim eu tinha o cabelo cumprido de mais, óculos e sempre fui muito magrinho mas daí até ser confundido com uma rapariga...) 

Não me ri e a minha colega disse "É o Paulo".

"Ah! Olá, Paulinho"

Não serviu como desculpa e até o começar a ver com bons olhos demorou algum tempo. 

Agora clientes, esses nos primeiros meses tratavam-me por Paulo, Senhor e Rapaz. Nunca por Paulinho até que começam a gostar de falar comigo, de me comentar os seus dias, as suas férias ou até os seus problemas. Depois de me tornar amável (e cortar o cabelo) e aprender a sorrir já não havia clientes habituais daquele Camping que me tratassem de maneira diferente - eu era o Paulinho. E ainda hoje que não trabalho lá: se entrar por aquele portão sou o Paulinho daquela gente toda...

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4 comentários

  1. Estou a gostar Sr Paulo (inho) ;)

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  2. É com carinho que te tratam assim, pois acredito que agora te vejam mesmo como alguém que já faz parte da vida deles :)

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  3. Acho que é um mal geral, infelizmente, mas olha ri-te disso. É o melhor que fazes :)

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  4. Sei bem o quanto é bom receber esse carinho das pessoas! Trabalho directamente com crianças (e os seus pais, claro!) e sei o bem que sabe ver que o nosso trabalho é valorizado por eles :)

    Partilho contigo o desagrado pelo diminutivo do meu nome. Detesto que me chamem Claudinha, principalmente se eu mal conhecer a pessoa. Faço logo o meu sorriso amarelo, ahah.

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« A única pessoa que nunca comete erros é aquela que nunca faz nada. »

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