Saudades.
04:23
Claro que sinto a sua falta. Também nunca o neguei. Mas há certos momentos da vida em que é preferível andar descalço que com um calçado desconfortável. O sentimento permanece intacto e, arrogantemente, persiste em ficar. Já deixei de o expulsar há imenso tempo, se é que alguma vez tentei, porque mesmo que doa, relembra-me dos bons momentos. E é, talvez, só por isso que doa tanto. Porque houveram bons momentos, talvez dos melhores. Mas se acabou, se o ponto final já se apresentou, de que vale tentar torna-lo em reticências? De que vale enrolar uma história da qual o leitor já tomou o final como garantido e se sente feliz concretizado? E este sentimento não passa de um conjunto de histórias, de momentos partilhados e sorrisos sem fim. Não é fácil dizer adeus, mas por vezes é necessário saber deixar partir quando as peças deixam de encaixar. Voltava atrás? Voltava. Mas depois penso se esta dor não terá sido importante para me ter feito chegar aqui, para me ter feito crescer tanto. E talvez voltar atrás não seja tão boa ideia, talvez lutar seja a solução. Ou talvez seja apenas eu a voltar aos antigos e rotos sapatos desconfortáveis. Talvez os descalce, talvez depois de caminhar um pouco e mesmo com a dor... saciar um pouco da saudade.
19 comentários
Ler esses versos numa manhã de chuva deixa as palavras ainda mais encantadores que numa manhã ensolarada. E elas soaram ainda mais verdadeiras pela saudade que sinto e que não consigo exprimir em palavras. Elas simplesmente resolveram não sair e ficam aqui quietas, mas vez por outra resolvem gritar. E dói tanto saber que alguém que tanto gostamos deve ser posto à deriva. Pelo fato desta mesma pessoa não se colocar em desconforto por nós. Tão difícil sair do conforto e enfrentar os obstáculos. Resolvi caminhar descalço, sentir a terra e deixar os meus pés respirarem um pouco, é que correr pela enseada é mais gostoso de pés descalços. Grande postagem e bela foto, curti demais querido!
ResponderEliminarEstas tuas palavras encaixam perfeitamente no que sinto/penso!
ResponderEliminarPor vezes surgem as duvidas, a vontade de voltar atrás no tempo...de tentar reviver algo....Hm! Por vezes a saudade bate mais forte e é dificil resistir...ao passado, aos sapatos que magoam...
Beijito.
Noooosa que perfeitos os seus textos, muito bom, está de parabéns, seu blogger é incrivael, muista inspiração para uma pessoas só, siseramente? um dos melhores que já vi, PARABÉNS, vicieeei <3
ResponderEliminarhttp://lagrimasdeumgaroto.blogspot.com.br/
Que profundo e triste...
ResponderEliminarMas veja bem, dizem que quando o amor é verdadeiro, ele não acaba...
=* beijos
A veces tenemos que saciarnos de Saudades, sentirnos flagelados para, después, encontrar el sosiego y la Paz en nuestro Interior.
ResponderEliminarComo siempre, Magnífico Relato y Reflexiones.
Abraços, Paulo.
Saudade se tornando importante para alcançar o auge dos sentimentos que nós humanos podemos sentir, ela pode confirmar o grandioso amor. Lindas palavras meu amigo.
ResponderEliminarAbraços e um bom fim de semana!
Coisas da vida
Dá tempo ao tempo. Só ele a dor aliviará! Guarda em ti os melhores momentos.
ResponderEliminarAbraço
''Não é fácil dizer adeus, mas por vezes é necessário saber deixar partir quando as peças deixam de encaixar.'' Concordo !
ResponderEliminarA saudade quando persiste dói, mas nao deixe se abater sempre, :) sorria.
ResponderEliminarOi Paulo querido,
ResponderEliminarEm alguns momentos da vida até pensamos em como seria se pudéssemos voltar atrás e fazer diferente,mas aí vem junto um questionamento:E o que fazemos com o que foi aprendido e o crescimento que tivemos?!
O fato é que não podemos voltar e depois de muito tempo acho que o importante é o que fazemos com o que aprendemos da vida,ter saudades é bom,mas tem horas que só o que nos resta é seguir.
abraço e um bom domingo,=)
Estou passando para perguntar se possui Instagram e Whats Up (celular).??
ResponderEliminarBjinhos
estou a seguir o teu blog. o que tu escreves é fantástico ! *
ResponderEliminarCertamente querido :)
ResponderEliminarBeijinho também para ti *
«Já deixei de o expulsar há imenso tempo, se é que alguma vez tentei, porque mesmo que doa, relembra-me dos bons momentos.» Cada palavra tua é uma carícia, cada verso um som reconfortante, ler cada um dos teus textos liberta em mim uma imensidão de sentimentos que eu nem julgava possuir… Esse teu amor constante que tanto te dói mas que ao mesmo tempo te dá forças para continuar vivo é-me familiar, é como se quiséssemos ver-nos livres de algo que nos magoa mas estando sem ele doa ainda mais, e então tudo volta, e dói, mais e mais, mas de certa forma a dor chega a ser reconfortante porque vem acompanhada de memórias, e é dessas memórias que não somos capazes de nos desfazer, e são essas mesmas memórias que cravaram cicatrizes em nós, são essas mesmas memórias que nos magoam, são essas mesmas memórias que nos mantêm em pé, porque lutamos, lutamos para vencê-las e ultrapassa-las, e ainda que não as tenhamos apagado conseguimos extrair delas força e convicção para seguir em frente. E é isso mesmo que é a vida, uma luta constante por ultrapassar o passado, lidar com o presente e tentar não pensar no futuro…
ResponderEliminarps.: desculpa o meu desaparecimento, confesso que tinha saudades de ler-te...
Um enorme beijo, cláudiabraga(:
«Já deixei de o expulsar há imenso tempo, se é que alguma vez tentei, porque mesmo que doa, relembra-me dos bons momentos.» Cada palavra tua é uma carícia, cada verso um som reconfortante, ler cada um dos teus textos liberta em mim uma imensidão de sentimentos que eu nem julgava possuir… Esse teu amor constante que tanto te dói mas que ao mesmo tempo te dá forças para continuar vivo é-me familiar, é como se quiséssemos ver-nos livres de algo que nos magoa mas estando sem ele doa ainda mais, e então tudo volta, e dói, mais e mais, mas de certa forma a dor chega a ser reconfortante porque vem acompanhada de memórias, e é dessas memórias que não somos capazes de nos desfazer, e são essas mesmas memórias que cravaram cicatrizes em nós, são essas mesmas memórias que nos magoam, são essas mesmas memórias que nos mantêm em pé, porque lutamos, lutamos para vencê-las e ultrapassa-las, e ainda que não as tenhamos apagado conseguimos extrair delas força e convicção para seguir em frente. E é isso mesmo que é a vida, uma luta constante por ultrapassar o passado, lidar com o presente e tentar não pensar no futuro…
ResponderEliminarps.: desculpa o meu desaparecimento, confesso que tinha saudades de ler-te...
Um enorme beijo, cláudiabraga(:
Olá, tudo bom?
ResponderEliminarÉ a primeira vez que passo pelo teu blog e te digo que gostei bastante do que li. Você consegue escrever de uma maneira leve e bem digesta sobre sentimentos profundos, dando universalidade a temas tão pessoais. Você faz o difícil parecer fácil. bom trabalho
A.José
conteiro.wordpress.com
Meu amigo
ResponderEliminarApenas o tempo vai sarar a ferida, ou então vai trazer de novo o que se perdeu.
Lindo sempre ler-te.
Um beijinho
Sonhadora
Texto lindo! Adorei, muito bem escrito mesmo.
ResponderEliminarbeijinho
Quase sempre os sapatos novos magoam os pés, quase que como a avisar-nos que a adaptação pode ser cruel, mas não ficam cicatrizes e quanto mais seguirmos em frente menos nos dói... Há pouco tempo também deixei os meus sapatos velhos, gastos, cansados (usava-os há mais de 5 anos), custou-me horrores e ainda hoje lhes sinto saudades... o novo calçado foi doloroso, no entanto, fiz um acordo com os pés (e com o coração) e todos os dias custa menos um pouco!
ResponderEliminar« A única pessoa que nunca comete erros é aquela que nunca faz nada. »
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