Fugido.
14:05
Montei as paredes nas minhas costas, impedido aqueles ataques surpresa de tempestades pouco anunciadas. Coloquei-me protegido dos ventos e longe da força das marés. Procurei um canto no campo longe de qualquer olhar desconhecido. Escondi-me por entre cortinas de histórias e deixei os relógios sem corda. Não sei ao certo quanto tempo passou mas os sorrisos tornaram-se escassos, assim como as lágrimas ou as vontades. Lentamente fui-me aproximando de algo que não era eu. Não tinha essência, não havia sonhos nem pesadelos. Os relógios continuavam sem dar horas e eu sem dar notícias. Acabei por me desencontrar de quem queria encontrar. De mim mesmo. De um coração que não encontrei ao levantar o véu ténue do sentimento que pensei sentir. E não sabia que não o encontraria. O meu problema foi não saber, ou não querer. E agora preciso de sentir, mas onde? Como? Se me esqueci e se fugi de tudo e fugi de mim...
4 comentários
Escreves tão bem... Cada vez que leio algo teu sinto-me cativado pelas tuas palavras. :)
ResponderEliminarNa tentativa de nos protegermos do mundo acabamos por nos perder de tudo e, sobretudo, de nós próprios. E depois torna-se difícil voltar, procurar, dar passos sem duvidar. Mas, eventualmente, deixamos de ter medo dessas surpresas e saímos à procura do que precisamos: sentir. E um dia voltamos e encontramos aquele tal coração que tanto queríamos sentir ao nosso lado
ResponderEliminarAdorei, como sempre! Era impossível ser de outra maneira (:
Cuando nos convertimos en fugitivos de nuestro entorno y de nosotros mismos debemos encontrar la brújula que nos haga reconducir nuestro camino hacia el Peaje de la Ilusión y de la Esperanza de que algo bueno siempre nos va a suceder...Precioso Post.
ResponderEliminarAbraços.
lindo texto! parabéns, vc escreve muito bem! traduziu em palavras coisas que muitas vezes senti! abs
ResponderEliminar« A única pessoa que nunca comete erros é aquela que nunca faz nada. »
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