E Depois de Tudo...
07:46
Por vezes as discussões eram muitas, o seu tom de voz ultrapassava sempre o teu, vias a sua cara formar-se numa máscara de raiva e stresse. As rugas na sua testa, os olhos semicerrados de desconfiança. Outras vezes arrumava a tua confusão e perdia-te objetos que teimas em guardar. Às vezes atrasava-se para chegar ao café, ou ao banco de jardim onde ficavam horas sem falar, apenas a ler as palavras de um livro rabiscado e as emoções um do outro. « Não tens relógio? » Perguntavas. E a única resposta era um esboço de um sorriso nos lábios. Por vezes os ciúmes tomavam conta de ti porque não sabias do seu paradeiro, ou com quem estava; ou então até sabias e ai o motivo ainda era maior. E às vezes esqueciam-se um do outro, adormeciam separados, cansados ou preocupados. E embora demonstrassem sempre o que sentiam, nada parecia ser suficiente para o outro. Então, as mãos acabaram por se soltar e agora já ninguém se esquece porque não há nada para esquecer. Já não se atrasam porque não existe nada combinado. Já não perdes objetos porque não há ninguém a partilha-los contigo. Já não discutem porque não têm de chegar a consenso algum, a lado nenhum. E no entanto é a partir do momento em que parece não haver mais nada que o amor te toca no peito e diz «Eu ainda aqui estou».
18 comentários
Uau adorei!
ResponderEliminarA pesar de la monotonía que representa la vida, el Amor siempre está haciendo guiños, gestos y diciendo que siempre está entre nosotros...Sólo tenemos que oir su voz y sentir sus caricias.
ResponderEliminarPreciosa Entrada, Paulo.
Um abraço.
Obrigada caro Paulo! Já tinha imensas saudades de cá vir, pois é aqui que me sinto bem..
ResponderEliminar(existir existe mas é raro ser usado , mas sim eu engano-me sempre (x )
Dizer que amei o teu texto não chega porque além de ele estar muito bom parece que foi escrito para mim. Gostei muito, mesmo :)
ResponderEliminarUou profundo, foi ler e sentir algo por dentro confirmando, eu já vivi isso e ao mesmo tempo que palavras em arte que expressam tão bem sentimento de alguma alma. Adorei!
ResponderEliminarAbraços meu amigo!
Nossa Paulo! Que criatividade linda e invejável (inveja boa). Gostei bastante de ler o seu texto e ele realmente me fez pensar...
ResponderEliminarParabéns! Está belíssimo.
Muito bonito este texto.
ResponderEliminarParabéns!
H.S.
amei :'$
ResponderEliminarTens total razao :)
ResponderEliminarÓtimo :)
ResponderEliminarMeu amigo Paulo
ResponderEliminarUm belo texto cheio de sentimentos que tocam tanta gente...quando o amor acaba e fica apenas o que eu costumo chamar de paz podre...porque não resta nada.Adorei ler-te como sempre.
Um beijinho
Sonhadora
Seu blog é óptimo,gostei dou-lhe meus parabéns.
ResponderEliminarCom votos de grandes vitórias.
PS. Se desejar fazer parte dos meus amigos virtuais, faça-o de forma a que possa encontrar seu blog para segui-lo também.
Sou António Batalha.
Gostei muuuito do texto :)
ResponderEliminarÉ tipo,brigam,se desentendem,mas parece que o amor de um jeito ou outro os une novamente né?!Isso é mágico :)
beeeeijinhos
http://borboletametamorfoseando.blogspot.com.br/
Escrever todos nós escrevemos, mas escrever com tanto sentimento e conseguir passá-lo a quem lê, nem todos somos capazes de fazer. Tu és capaz de o fazer. Está fantástico, está mesmo!
ResponderEliminarE aqui está ele ...
ResponderEliminarO Tempo...reservo-me aos meus pensamentos feitos teus ...
"Ainda estou aqui".
Beijo ao meu sobrinho querido n´oteudoceolhar *
Está fantástico, digo-te. Quando tudo acaba, parece que queremos voltar sempre a repetir tudo e tudo.
ResponderEliminarA tua escrita é deveras fascinante*
ResponderEliminarDizem que , por vezes, precisamo-nos perder, para nos reencontrar!
ResponderEliminar« A única pessoa que nunca comete erros é aquela que nunca faz nada. »
Obrigado pela visita *