Aqui me fico.

Acho que o que sempre me distinguiu dos meu circulo de amigos foi a minha capacidade de pensar positivo sobre o futuro e de achar que a vida me vai sorrir. Talvez pelo facto de já ter levado tantos pontapés e encostões de realidade da vida ou então por ser um sonhador. O que é verdade é que passo demasiado tempo a pensar e a sonhar, a planear histórias em que sou o capitão de um navio que nunca se vai deixar abalar pelas tempestades marítimas e que as únicas gotas que me deslizarão pela cara serão de água salgada do mar. Montes de mentiras que conto a mim mesmo sentado no chão do meu quarto. Nada para além de ilusões e oásis desnorteados na minha cabeça. A imagem que criei de mim mesmo em frente do espelho pode parecer de capitão de navio com uma mão cheia de cicatrizes de histórias intermináveis mas na verdade não passo de espantalho de palha que balança ao mínimo sopro de vento. Tento ser forte mesmo que as minhas mãos tremam de medo. Tento ser forte mesmo quando os meus pés só querem descansar e libertarem-se do peso do meu corpo. Tento ser forte quando o frio me greta os lábios e no fundo só preciso de um abraço quente e abafado. O Inverno chegou e o vento soprou tão alto que estremeceu toda esta embarcação. Sofro de silêncio gelado que me corta as palpitações para metade, sinto-me a sufocar e esqueço-me de respirar por vezes com medo que alguém me oiça. E assim deixo-me ficar, onde sei que estou seguro e os meus pés penetram a areia. Aqui me me deixo ficar mesmo que não seja aqui que queira estar. 


Alentejo.



Por vezes precisamos de tempo para nós mesmos. Precisamos dar uns passos atrás e voltar às origens para nos encontrarmos com a pessoa que outrora fomos. Precisamos conversar connosco e - de frente ao espelho - assegura-nos que o nosso reflexo é aquilo que, há uns anos, gostaríamos de ver.
Estou a respirar do meu Alentejo e o sol que me toca na pele, aqui, é diferente. É-me querido. O cheiro que há no ar é de mar e sal. Nas ruas está instalada a tranquilidade que me falta em mim. No silêncio encontro respostas que perdi em sonhos. Foi aqui que outrora fui feliz.
Aqui sinto-me mais perto de mim, aqui nutro os medos que pensei ter superado. Aqui guardo nos bolsos as palavras e expressões utilizadas apenas pela pessoa que sou em outros lugares. Mantenho-me escondido dos desejos e pecados que, o outro eu, está habituado a cometer. Aqui seria indecente, seria inapropriado. O Alentejo é grande mas as cabeças são pequenas. Há amor? Há. Mas é diferente. Não é mau nem menos bom e nem melhor que nos outros lugares mas é um amor peculiar. Aqui o tempo passa de maneira diferente e os dias parecem não ter fim, há tempo para tudo, há demasiado tempo.
Há uma certa nostalgia no ar e, por vezes o silêncio torna-se ensurdecedor para uma cabeça tão pensadora como a minha, mas aqui estou em casa. E tudo permanece igual. Até eu, que pensei ter mudado, estou igual. Não cresci, não evoluí. Cheguei aqui e sou aquele menino escondido atrás da palmeira, que corria atrás das galinhas e chorava para dormir na casa dos avós. 
Aqui recupero a minha essência e sinto-me seguro para voltar de onde vim e onde estou a construir a minha vida. E eu volto depois que o Alentejo é bom de mais para se aproveitar de uma só vez.

Em Viagem - Bali II

Hello seguidores!

Sei que ando a demorar muito para postar mas agora que estou de volta a terras de nossa majestade, prometo estar mais activo no blogue e postar as fotografias e os relatos da minha viagem a Bali. 



Uma visita à Geger Beach e uma a Padang Padang Beach. Paguei cerca de IDR 20,000 em cada uma para poder entrar pois tanto as praias como os templos em Bali são pagas as entradas. O que na minha opinião faz todo o sentido - os visitantes sentem-se na obrigação de preservar os locais. 



É muito usual ver pescadores e vendedores de bebidas e pulseiras nas praias. E é importante saber regatear os preços mas eu depois faço um post sobre isso quando falar sobre Ubud e o mercado. (estou desejoso de vos escrever essa parte da minha viagem)



A Padang Padang beach fica na zona sudoeste da ilha de Bali e é um local bastante frequentado durante a tarde porque no final do dia os visitantes vão para o Templo Uluwatu, a 100 metros acima do oceano, para ver o pôr-do-sol e um espetáculo de dança.



Se pensarmos bem no preço dos bilhetes das praias e alguns outros templos, a entrada do Templo Uluwatu não é muito diferente. O que custa é a Kecak Ramayana & Fire Dance, IDR 100,000 (€6,82) que pensando bem não é nada mas em comparação às outras coisas... Enfim, não estou aqui a queixar-me de nada! 

No caminho para o templo os pequenos macacos deixam-se conquistar com bananas e amendoins que as pessoas lhes dão para poderem tirar fotos com eles.



Para poder entrar no templo, por respeito aos Deuses, é necessário utilizar um Sarog caso se esteja de calções. É bastante engraçado ver toda a gente a usa-lo e algumas pessoas compraram os seus próprios sarogs. 





A dança neste templo do século XI é acompanhada por um coro de encantamento e canto de homens. 




Infelizmente a minha máquina não é das melhores coisas para fotografar e muito menos filmar estas deliciosas coisas então encontrei este video no youtube do templo e da dança para quem estiver curioso!






Então por hoje está tudo! Espero que estejam a gostar...